domingo, 28 de setembro de 2008

telinha

Eu deveria ter percebido que alguma coisa estava errada quando nem por reza braba Fofoquinha pegava no sono no carrinho quando era bebê. Eu andava pela rua olhando carrinhos e mais carrinhos com bebês dentro, todos dormindo o soninho dos justos. Fofoquinha era, até então, o único bebê que nunca havia cochilado em seu carrinho. Até Matraca-Trica nascer. Quais eram as chances de isso acontecer de novo?? Bingo. Eu era, oficialmente, mãe de dois extraterrestres. Se eles fossem verdes com bolinhas azuis, tivessem ventosas na ponta dos 8 dedos das mãos e duas antenas no lugar de orelhas iam chamar menos atenção. Como assim eles não dormem no carrinho??? Ninguém tem ideia de quantas vezes eu ouvi essa frase. Foi nesse momento que acreditei, sem dúvida, de que praga de mãe pega. Ela me rogou uma quando engravidei de Fofoquinha que eu vou te contar...
Depois disso não fiquei nem um pouco surpresa ao perceber o pouco apego que os meus dois seres de outro planeta tem com televisão. Deve ser porque meu sofá veio com um formigueiro dentro cujas saúvas só mordem bumbums infantis, o que impossibilita os dois de ficarem sentados por mais de 5 minutos na frente da TV. Exceto pela obsessão do momento--posso dizer com absoluta segurança que sei de cor TODOS os diálogos de Procurando Nemo, Mogli II, Shreck II, Carros, Pantera Cor-De-Rosa, Os Aristogatos e recentemente os desenhos originais de Speed Racer--nada prende a atenção de Fofoquinha e Matraca-Trica na telinha. Quantas e quantas vezes a TV acaba ficando de fundo barulhento no meio das brincadeiras e muitas brigas deles. Eu até já desisti de insistir nos programas educativos ou que simplesmente acho bacanas como Charlie e Lola.
Eu devo ser a única mãe do mundo que implora para que seus filhos sentem um pouco na frente da telinha. Sabe aquela meia horinha em que a gente tem que resolver a vida durante o dia e precisa de algum tempo a sós com seus pensamentos para poder articular pelo menos uma frase completa e com sentido pelo telefone com o gerente do banco, com o cara que veio consertar a máquina de lavar ou se preparar para aquela apresentação importante na reunião de trabalho? Não estou pedindo muito, estou? Fofoquinha e Matraca-Trica nessas horas não me ajudam nadica de nada. Praga boa não é nem de carpideira siciliana ou de mãe judia, é da minha mãe mesmo. Pegou que foi uma beleza!
E olha que eu ficava horas na frente da TV, eu e minha irmã. Um monte de lição de casa para fazer e a gente assistindo Sessão da Tarde. Meia hora antes da minha mãe chegar a gente desligava a TV para ela esfriar porque ela sempre punha a mão no tubo quando chegava. Ai de nós se ele estivesse quente.
Realmente já não se fazem mais gerações como antigamente...

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