segunda-feira, 29 de setembro de 2008

a espada era a lei

It´s a boy!
E assim nasceu Matraca-Trica. Passado choque, todas as amigas com filhas meninas me perguntavam como era a experiência de ter um pinto para cuidar. Minha primeira observação sobre o assunto foi:
-Limpar saco é um saco!
O tempo foi passando e hoje, anos depois, confesso que meu conhecimento sobre meninos evoluiu muito pouco. Minha profunda ignorância para com a mente masculina está me fazendo gastar mais dinheiro do que precisava em produtos para tingir cabelos e corretivo para olhos.
O que está tirando meu sono esta semana são as armas. Já posso escrever um livro sobre o assunto, de tantas opiniões que li a respeito. Sempre fui absolutamente contra e não permiti a nenhum dos dois chegar perto de nenhum brinquedo que se parecesse com elas. Uma vez fomos à uma festinha de aniversário cuja mãe teve a ideia de jerico de distribuir espadas de brinquedo para as crianças. A espada de Fofoquinha foi sumida assim que chegamos em casa. A coitada passou dias perguntando por ela e por fim esqueceu do assunto.
Até agora. Cortesia do irmão.
Matraca-Trica tinha dois anos e pouco e um dia no parquinho, do nada, ele e um amiguinho pegaram um pedaço de pau cada um e como por encanto esses cotocos se transformaram em espadas e um duelo de brincadeira começou. Meu moleque--não posso colocar a mão no fogo pelo outro--não tinha como saber o que era uma espada. Aconteceu naturalmente, como o interesse pelos meios de locomoção. Não sei como explicar. Genética, talvez?
O encanto confirmou-se quando ele assistiu, um tempinho depois "A Espada era a Lei", desenho do Disney sobre como o pequeno Arthur se tornou o cavaleiro da távola redonda. A partir desse dia qualquer galho de árvore ou cabo de vassoura tomaram forma de espadas prateadas e mágicas. Agora ele sabia com certeza o que era o cabo de vassoura...além de vassoura.
Ainda inconformada e procurando uma solução, comecei a perguntar a opinião de amigos com filhos. Nesse meio tempo Matraca-Trica assistiu, sem piscar ou sequer fechar a boca, um treino de esgrima. Joguei a toalha e considerei a (minha) causa perdida-mais uma para a coleção. Ouvi também da cara-metade que espadas são (pelo menos para meninos) lúdicas e que brincar com armas é divertido. Os amigos, em uma hora ou outra, cederam. Todos eles. Todos pacifistas e educando os filhos para fazer um mundo melhor. A solução mais bacana foi de uma amiga que me disse: "Armas em casa só se forem medievais ou futuristas. Nada que se pareça nem remotamente com armas de fogo de verdade." E assim vai ser, parece. Ensinar Matraca-Trica a brincar com armas e ser responsável ao mesmo tempo. Eita trabalho que isso vai dar!
Não tenho como não comparar o comportamento de Fofoquinha e Matraca-Trica. No fundo, meninos e meninas são todos iguais se a gente pensar bem. Meninos gostam de brincar com armas. Elas podem machucar, hematomas e galos vão acontecer. As meninas, por sua vez, também gostam de brincar com armas. Um tipo de arma de outra natureza, e infelizmente mais perigosa e que fere mais profundamente: a língua. 

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