terça-feira, 27 de maio de 2008

dormindo em pé

Passei a última semana dormindo como as vacas. Em pé. E em cada chance que eu tinha para me encostar em uma parede, amigo, banco de rua ou poste. 
A cria menor, (que carinhosamente chamo de) Matraca-Trica, adoeceu. Depois foi a vez da Fofoquinha, a maior (desgraça nunca vem sozinha, já diz o ditado). Isso quer dizer que no máximo, cochilei por 40 minutos a cada 20 que passei acordada dando remédio, colocando compressa fria na testa, esperando a crise de tosse passar e segurando a mãozinha dos meus cotocos de gente. Sem quase nunca entrar em sono profundo. Na hora em que entrava, alguém chamava ou tossia até vomitar. No dia seguinte a vida continuava normal, depois de ter 4 horas e meia de sono. Descansar para quê?
Se eu parar para pensar bem, faz cinco anos que não durmo. O pior é ainda ter um pouco de massa cinzenta ativa (que faz seu auto exame com frequência) que chegou à conclusão de que como a calota polar, está perdendo massa vertiginosamente a cada ano que passa. Depois do último exame a conclusão foi a de que está sobrado uns 41% da massa original. Tem também os coitados dos meus 2 neurônios, Tico e Teco, que nunca mais se viram. Quando Fofoquinha nasceu eles entraram em revezamento: enquanto um ficava acordado me mantendo respirando e piscando os olhos, o outro cochilava. E tem sido assim desde então. Um deixa bilhete para o outro quando trocam de turno. Na grande maioria das vezes esquecem de contar a metade da missa e eu fico eternamente com cara de tacho diante da vida.
Não sei se estou fazendo muito sentido, a sensação de embriaguez é grande e acho que não estou escrevendo lé com cré. Meu primeiro texto dadaísta, quem diria!
Eu não estou gostando de emburrecer a olhos vistos. Eu protesto.
Francamente não entendo como nenhum cientista fez ainda um estudo em long term sleep deprivation (e eu lá sei como traduzir isso para o português??!!) em mães. Algum documento oficial para a gente mostrar às caras metades quando eles olham para a gente com cara de :"Sei. Nunca ouvi desculpa tão esfarrapada."



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